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Conheça o Espiritismo

“Espiritismo e Ciência se completam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certo fenômeno só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação”.

Allan Kardec, em A Gênese



Embora represente uma face do Espiritualismo, cumpre esclarecer que o Espiritismo difere de toda e qualquer ramificação espiritualista religiosa, na medida em que não possui "dogmas" propriamente ditos, mas antes se fundamenta na razão e nos fatos. Sob esse aspecto o Espiritismo é considerado uma Doutrina Tríplice, pois sua estrutura consiste em Ciência, Filosofia e Religião.




Ciência, pois possui como fundamento a parte experimental, ou seja, ideias organizadas sistematicamente a partir dos fatos, dos fenômenos mediúnicos, das manifestações em geral. Para tanto, emprega, efetivamente, o método experimental.


Filosofia, pois a sua temática abrange essencialmente objetos de conhecimento que estão além da experiência sensível, qual: a existência de Deus, os Princípios constitutivos do Universo (Causas Primárias), as Leis Morais e outros. Para tanto, possui como instrumento garantido ao método racional.


Religião, na medida em que seu fim último consiste na restauração do Evangelho e na prática dos princípios cristãos. Importa, porém considerar que, embora de essência religiosa, o Espiritismo não se vale de formalismos exteriores, de práticas sagradas, rituais ou técnicas coletivas, mas a busca de religiosidade dá-se na intimidade afetiva de cada um, a partir de uma atitude interior consciente.


Estes três aspectos encontram-se bem definidos na Codificação de Allan Kardec, respectivamente: A - Ciência: no O Livro dos Médiuns. B - Filosofia: no O Livro dos Espíritos. C - Religião: no O Evangelho Segundo o Espiritismo.


Em seus aspectos científicos e filosóficos, a Doutrina será sempre um campo de investigações humanas. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem para a grandeza de seu imenso futuro espiritual.


Fonte: O Livro dos Espíritos – Introdução I e VII (A casa do Espiritismo)


Espiritismo Como Ciência

O Espiritismo é uma ciência cujo fim é a demonstração experimental da EXISTÊNCIA DA ALMA e sua IMORTALIDADE, por meio de comunicações com aqueles aos quais impropriamente têm sido chamados mortos. Há quase meio século foram empreendidas as primeiras investigações sobre este assunto; homens de ciência da mais alta notoriedade consagraram longos anos de estudos para certificar os fatos que formam a base desta doutrina, e foram unânimes em afirmar a autenticidade dos fenômenos que pareciam produto da superstição e do fanatismo.

Na França, conheciam-se imperfeitamente essas pesquisas, de sorte que, aos olhos do grande público, o Espiritismo não passava de farsa de mesas girantes. Contudo, o tempo desempenhou o seu papel, e essa doutrina apresenta hoje ao experimentador imparcial uma série de experiências rigorosas, metodicamente conduzidas, que provam, com segurança, a sobrevivência do "eu" humano à desagregação corporal.

São esses fatos que queremos expor, a fim de que eles implantem em todas as consciências a convicção da imortalidade, não mais baseada somente na fé ou no raciocínio, mas solidamente firmada na Ciência e no seu método severo e positivo. A geração atual está fatigada de especulações metafísicas; recusa crer naquilo que não está absolutamente demonstrado, e, se o movimento espírita, que já conta milhões de adeptos no mundo inteiro, não ocupou ainda o primeiro lugar, deve-se isso a que seus adeptos negligenciaram, até então, por sob os olhos do público fatos bem averiguados.

A maior parte das publicações periódicas contém comunicações de Espíritos, as quais podem ser interessantes sob certos ponto de vista; todavia, como sua autenticidade não está absolutamente provada, não produzem o efeito desejado.

As obras francesas aparecidas desde Allan Kardec sobre este assunto são repetições, com exceção dos livros de Eugène Nus, Louis Gardy e Dr. Gibier, ou, então, não apresentam originalidade alguma sobre a questão, de modo que o movimento tem sido retardado. É preciso que se lhe dê novo impulso. Para tal, é mister caminhar com o século e saber curvar-se às necessidades da época.

O materialismo triunfa por toda a parte, mas já se pressente ser de pouca duração o seu reinado; basta servirmo-nos de suas próprias armas e combatê-lo em seu próprio terreno. A escola positivista encerra-se na experimentação; imitemo-la; nenhuma necessidade temos de apelar para outros métodos, porque os fatos são obstinados, como diz o sábio Alfred Russel Wallace, e deles não é fácil desembaraçar-se.

Em vez de apesentar aos incrédulos toda a doutrina formulada pelos Espíritos e codificada por Allan Kardec, demos-lhes, simplesmente a ler os trabalhos de mestre, como Robert Hare, Crookes, Wallace, Oxon, Zollner, Aksakof, pois que não poderão recusar os testemunhos desses grandes homens, que são, por títulos diversos, sumidades intelectuais no vasto domínio das ciências. Não esqueçamos que Crookes fez a Física dar um passo gigantesco com a demonstração do estado radiante. Wallace é, com certeza, neste momento o primeiro naturalista do mundo, pois, ao mesmo tempo que Darwin, achou e formulou a Lei da Evolução. Os trabalhos de Zollner, em Astronomia, são universalmente conhecidos; os de Fechner, sobre a sensibilidade, são ensinados em toda parte; e, quanto aos professores Mapes, Robert Hare, temos a dizer que eles gozam de indiscutível autoridade na América do Norte.

Eis aí os principais campeões do Espiritismo; é tempo de reagir contra os bonzos oficiais que tentam abafar as verdades novas, afetando uma desdenhosa indiferença. Se temos respeito e admiração pela Ciência sem prevenções, pela que imparcialmente encara todos os fenômenos, estuda-os e explica-os friamente, fornecendo boas razões, também nos sentimos cheios de indignação contra a falsa ciência, rebelde a todas as novidades, encerrada em convicções adquiridas e crendo, orgulhosamente, ter atingido a meta do saber humano.

Foram homens desta classe, diremos como Wallace, que fizeram oposição a Galileu, a Harvey, a Jenner; foram esses ridículos teimosos que repeliram a maravilhosa teoria das ondulações luminosas de Young; que zombaram de Stephenson, quando este quis correr locomotivas sobre as linhas férreas de Liverpool e Manchester. Atiraram todos os sarcasmos possíveis contra a iluminação a gás, e repeliram Arago na próprio seio da Academia, quando este quis discutir a telegrafia; seres ignaros que classificaram o magnetismo como embuste e charlatanice, e que, ainda ultimamente, qualificaram de grande peta a descoberta do telefone.

Não foi por vão prazer de mostrar quanto o espírito humano, mesmo nas classes mais esclarecidas, está sujeito ao erro, que citamos alguns dos mais frisantes exemplos de obstinação nas corporações sábias e o seu horror pelas novidades. Nosso intuito é suscitar um sério movimento em prol dessas investigações, que têm considerável alcance, tanto no domínio material quanto no domínio psicológico. Se realmente a alma não morre e pode agir sobre a matéria, achamo-nos em face de forças desconhecidas, cujo estudo é interessante; pela mesma forma verificaremos modos novos de energia, que podem conduzir-nos a resultados grandiosos; o mesmo sucede com a personalidade, que, conservando-se depois da morte, nos pôs em presença de um outro problema: a produção do pensamento sem os órgãos materiais do cérebro.

Deixemos de parte os rotineiros obstinadamente encerrados em seus sistemas, abramos bem os nossos olhos quando homens probos, sábios e imparciais nos falem de recentes descobertas, e fechemos os ouvidos ao alarido de todos os eunucos do pensamento, impotentes para saírem da órbita das idéias preconcebidas. Diremos com um sábio que não teme desviar-se dos caminhos trilhados, o Sr. Charles Richet, que uma boa e completa experiência vale por cem observações, e acrescentaremos: vale dez mil negações, ainda mesmo quando essas negações emanassem de sumidades da maior notoriedade, se estas não se dignassem repetir as experiências e demonstrar-lhes a falsidade.

Este simples resumo não tem outras pretensões além da de expor aos olhos do público as experiências feitas por homens eminentes, por mestres nesta arte tão difícil da observação exata; resultará disso a prova evidente da imortalidade do ser pensante, porque ela afirmar-se-á cada vez mais nítida, cada vez mais evidente, à medida que se desenvolver o magnífico encadeamento dos fenômenos, desde o movimento das mesas até as aparições visíveis, tangíveis e fotografias dos Espíritos.

Fonte: O Fenômeno Espírita - Gabriel Delanne

Espiritismo Como Religião

Religião na medida em que seu fim último consiste na restauração do Evangelho e na pratica dos princípios Cristãos. Importa, porém considerar que, embora de essência religiosa, o Espiritismo não se vale de formalismos exteriores, de práticas sagradas, rituais ou técnicas coletivas, mas a busca da religiosidade dá-se na intimidade afetiva de cada um, a partir de uma atitude interior consciente.

Esses três aspectos encontram-se bem definidos na Codificação de Allan Kardec, respectivamente: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e o Evangelho Segundo o Espiritismo.

Em seus aspectos científicos e filosóficos, a Doutrina será sempre um campo de investigações humanas. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem para a grandeza de seu imenso futuro espiritual.

Fundamentos Espíritas

Existência de Deus

É o princípio e o “fim” de tudo. É o criador, causa primária de todas as coisas. Deus é a Suprema Perfeição, com todos os atributos que possamos imaginar e ainda muito mais.

Imortalidade do Espírito

Antes de sermos seres humanos, filhos de nossos pais, somos, na verdade, filhos de Deus. O espírito é o princípio inteligente, criado por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços. Como espíritos, já existíamos antes de nascer e continuaremos a existir depois da nossa morte física. A morte não existe e isto é demonstrado pelas manifestações mediúnicas, fenômenos de quase-morte, terapia de vidas passadas, lembranças de encarnações anteriores, manifestações extracorpóreas.

Reencarnação

É o mecanismo natural de evolução dos espíritos. O espírito é quem decide e cria seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, que é a capacidade de escolher; assim, ele tem a possibilidade de se desenvolver, evoluir, aperfeiçoar-se...tornar-se cada vez mais consciente de sua realidade transcendental. Isto requer um aprendizado que o espírito só consegue encarnando no mundo e reencarnando quantas vezes forem necessárias. O progresso adquirido pelo espírito através das múltiplas experiências de vida, nas inúmeras existências, não é tão somente intelectual, mas também, o progresso moral, que vai aproximá-lo cada vez mais de Deus. Os espíritas não creem na metempsicose, ou seja, a volta do espírito no corpo de animal.

Comunicabilidade entre os Espíritos

O Espiritismo demonstra a possibilidade de comunicação entre os espíritos encarnados (vivos) e os espíritos desencarnados (mortos) através da mediunidade. Os espíritos agem sobre nós, os encarnados, mas essa ação é quase restrita ao pensamento, porque eles não conseguem agir diretamente sobre a matéria. Para isso, eles precisam de pessoas que lhes ofereçam recursos especiais; essas pessoas são chamadas de médiuns. Pelo médium, o espírito desencarnado pode se comunicar, se puder e quiser. Essa comunicação depende do tipo de mediunidade ou faculdade do médium, que pode ser feita pela fala (psicofonia), pela escrita (psicografia), por batidas (tiptologia).

Lei De Causa e Efeito

A lei da causa e efeito é o mecanismo de retribuição ética universal a todos os espíritos, segundo a qual, nossa condição atual é resultado de nossos atos passados. A escolha nos pertence, logo, as consequências boas ou más são resultados de nossas próprias decisões. Se agora estamos sofrendo, podemos concluir que a causa do sofrimento advém das nossas atitudes, desta ou de outra encarnação. Nós construímos a nossa evolução e escolhemos o caminho a percorrer.

Pluraridade dos Mundos Habitados

A Terra não é o único planeta com vida inteligente no universo. A matéria existe em variados graus, desde a mais até a menos densa e isso indica a possibilidade de mundos em variados graus de densidade, e que neles podem existir seres inteligentes com corpos mais ou menos sutis. A doutrina espírita ainda classifica os mundos segundo seu grau de evolução, como por exemplo, mundos primitivos, mundo de expiação e provas, mundos de regeneração.

Evolução Doutrinária

São estes princípios que constituem os alicerces da codificação espírita. Sobre estas bases se assentam o Espiritismo. Ele não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-los e a submeter seus ensinamentos ao crivo da razão. Cada espírita é livre para concordar ou não com estes conceitos. Kardec, inclusive, nos adverte para que, caso a Ciência comprove que alguns pontos doutrinários estejam equivocados, fiquemos com a Ciência. Com certeza não podemos alterar a codificação kardequiana, mas, o Espiritismo, acima de tudo, é uma doutrina evolucionista e não pode ficar estagnada em dogmas.

(Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 100)

Necessidade de caridade, segundo S. Paulo

6. Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; – ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria. A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; – não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade.

(S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13.)